segunda-feira, 23 de março de 2015

"The 100": sci-fi de qualidade onde menos se esperava


Nas últimas temporadas, o canal norte-americano The CW vem timidamente mostrando esforços para conquistar novos públicos, deixando de investir em séries como "Gossip Girl", "One Tree Hill" e "90210", e colocando cada vez mais séries de fantasia e ficção científica em sua programação. Tudo começou com o grande sucesso de "Arrow", iniciada em 2012, mas foi com a estreia de "The 100", há pouco mais de 1 ano, que o canal mostrou que podia realmente ir além.

Baseada no livro de Kass Morgan sobre um grupo de 100 jovens delinquentes enviados à Terra por uma colônia espacial, formada pelos últimos sobreviventes de uma guerra nuclear, para ver se o planeta podia ser novamente habitado, "The 100" inicialmente parecia uma mistura de "Lost" com "O Senhor das Moscas", tentando entrar na onda de sagas distópicas como "Jogos Vorazes". Além disso, o elenco bonito, mas sem talento, e um episódio piloto bem meia boca, parecem ter afastado o público, que alegava ser apenas "mais uma série adolescente do CW". Mas lá pelo quarto e quinto episódios, "The 100" já mostraria a que veio, colocando seus personagens (tanto os jovens na Terra quanto os adultos na estação espacial chamada Arca) nas mais diversas e calamitosas situações de sacrifício e luta pela sobrevivência.

Seguindo a linha de sucessos recentes como "The Walking Dead" e "Game of Thrones", o produtor e roteirista Jason Rothenberg criaria uma atmosfera onde ninguém estava a salvo e todos (todos mesmo) os personagens eram capazes de tudo pra sobreviver. A própria mocinha, Clarke Griffin (Eliza Taylor), se mostra rapidamente a líder disposta a tudo para manter o grupo a salvo, encabeçando um elenco com algumas das mulheres mais fortes e independentes da TV americana.

A primeira temporada da série é praticamente irrepreensível, a excessão sendo o forçado triângulo amoroso que se forma entre Clarke, Finn (Thomas McDonnel), e sua namorada que cai quase que literalmente de pára-quedas na história, Raven (Lindsey Morgan). Porém, na segunda temporada, esse erro é resolvido, e rende um dos episódios mais angustiantes e chocantes já feitos na TV aberta, ponto alto de uma segunda temporada ainda melhor que a primeira, e que culmina numa verdadeira guerra entre o povo da Arca e os grupos de humanos com os quais eles esbarram aqui no planeta, com direito a traições, massacres, e até um pequeno e bem desenvolvido romance gay -- sim, tudo isso numa série do CW!

"The 100" parece, enfim, um retorno aos tempos áureos da ficção científica na TV americana, onde séries como "Star Trek", "Stargate", "Babylon 5", entre outras, mostravam que é possível desenvolver bons personagens e tramas, usando o orçamento apertado em benefício próprio para investir mais na história do que em efeitos visuais super elaborados. É uma série que sem dúvida vale a pena ser apreciada pelos fãs do gênero ou mesmo por quem gosta de séries de qualidade, e que estreia no Brasil no próximo dia 23 de abril pela MTV. Graças aos deuses, a terceira temporada já está garantida, e eu mal posso esperar para ver em quais dilemas "The 100" vai colocar seus personagens dessa vez!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

"Fringe": o início próspero, o meio fantástico, e o fim ingrato


Chegava ao fim no último dia 18 de janeiro, nos EUA, uma das séries de ficção científica mais originais e importantes dos últimos anos: “Fringe”. Criada por J.J. Abrams, Alex Kurtzman e Roberto Orci (responsáveis pelo reboot cinematográfico de “Star Trek”), “Fringe” estreou em 2008 com a difícil missão de conquistar o público de “Lost”, série mais famosa no currículo de Abrams que chegaria ao fim em 2010. Trazendo uma interessante e bem dosada mistura de casos bizarros, mistérios, drama familiar e até comédia, “Fringe” não demorou a conquistar o público órfão de séries como “Arquivo X” e “Battlestar Galactica”. 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O breve voo de "Firefly"


Dois dos meus projetos para 2013 eram criar um blog e rever “Firefly”, produção que no ano passado completou 10 anos de existência e que figura na minha lista de melhores séries já feitas. E depois de rever esta série maravilhosa, não há assunto melhor do que ela para colocar em prática o primeiro projeto. Com vocês, o GEEKERAMA!

“Firefly” estreou em 2002 pelas mãos de Joss Whedon (na época, “apenas” o criador da série “Buffy: A Caça-Vampiros”. Hoje, reconhecido pelo bilionário blockbuster “Os Vingadores”), mas durou apenas 14 episódios, sendo que somente 11 foram exibidos antes de seu prematuro cancelamento. Considerada “inteligente demais” para o público em massa, acostumado com comédias enlatadas e dramas de investigação, “Firefly” sofreu principalmente com o descaso do canal Fox, que exibiu os episódios completamente fora de ordem, o que tornou a série ainda mais difícil de ser entendida pelo público.